O termo estresse é utilizado de forma vulgar no nosso dia-a-dia, em que confundimos a sensação de estar cansado e/ou sobrecarregado com essa resposta fisiológica do nosso corpo chamada “estresse”.
Essa resposta é fundamental para a nossa sobrevivência e existência, e cursa com descargas de adrenalina em nosso sangue. Quando na pré-história, por exemplo, o homem se deparava com situações de perigo e precisava defender-se (seja atacando um animal selvagem ou fugindo de algum fenômeno natural) o corpo demandava uma série de adaptações.
Os batimentos cardíacos aceleram para bombear mais sangue para os músculos e pulmões; a frequência respiratória aumenta a fim de oxigenar melhor o sangue; as pupilas dilatam etc.
O problema é que nos dias de hoje, vivendo no meio urbano e enfrentando problemas bem diferentes do que os dos nossos ancestrais – como as pressões para atingir metas ou as horas presas no tráfego – o nosso corpo continua se preparando para lutar ou fugir. Acontece que, em geral, não partimos para a briga física ou saímos correndo como formas de solução para esses problemas, e toda a adrenalina e cortisol liberados em nosso sangue ficam por muito tempo presentes e sem função.
Além disso, quem já viveu um grande susto sabe o cansaço que sucede essas situações. As pernas ficam trêmulas, sentimos sono e fadiga muscular. Em doses menores, como vivemos diariamente; em que vamos nos adaptando ao chefe intransigente, às noites de pouco sono e às brigas no trânsito, vamos pouco-a-pouco levando o nosso corpo à exaustão.
Sintomas físicos do estresse
Sendo assim, o estado fisiológico de estresse de forma crônica pode resultar em uma série de sintomas físicos e cognitivos. Saiba identificá-los, pois esses podem ser os primeiros sintomas que te motivarão a reverter a situação:
- Insônia;
- Tensão muscular e dores musculares (lombar, cervical etc);
- Bruxismo;
- Acne e/ou outras alterações de pele;
- Dores de cabeça constantes;
- Cansaço mesmo após noites longas de sono;
- Pressão Alta;
- Dificuldade para dormir;
- Queda de cabelo;
- Mudanças na apetite;
- Mudanças na libído;
- Dificuldade em se concentrar ou prestar atenção;
- Irritibilidade ou agressividade excessiva;
- Perda de interesse nas atividades que geralmente lhe geram prazer;
- Problemas digestivos;
- Resfriados frequentes.
Caso contrário, se negligenciarmos os sintomas e permanecermos sobre esses estímulos estressores por muito tempo, as consequências podem ser irreversíveis, como um infarto agudo do miocárdio ou dores crônicas intratáveis.
As causas do estresse
Os agentes estressores podem ser internos ou externos e vale ressaltar que os estímulos estressores não são os mesmos para todo mundo.
Cada um responde diferente a esses estímulos, ou seja, algo que pode ser muito estressor para você não necessariamente atinge o seu colega da mesma forma. Por isso a importância de se conhecer; para saber lidar com o estresse é preciso conhecer os próprios limites.
Veja alguns exemplos de agentes estressores:
• Internos: Aspectos da personalidade e da formação de cada um, como auto cobrança; perfeccionismo; ansiedade em realizar as tarefas cotidianas etc.
• Externos: Conflitos com terceiros; acidentes; mudanças (mesmo as mudanças positivas que exigem grandes adaptações); más notícias; morte de pessoas queridas; infelicidade com o trabalho etc.
Como lidar com esse estado emocional
A boa notícia é que ninguém adoece por estresse de um dia para o outro.
O estresse, em doses pequenas, é necessário para a nossa sobrevivência.
O estresse que nos motiva a nos levantarmos todos os dias e irmos atrás do que queremos e/ou precisamos.
O problema surge a partir do momento em que a carga de estresse supera a nossa capacidade individual de adaptação por tempos longos.
Ou seja, tratar ou reverter o estresse se baseia em três pilares:
- Identificar e buscar reduzir os agentes estressores;
- Mudar a forma de lidar com esses agentes
- Aumentar a resistência a esses agentes, dando-lhes outro significado e/ou importância.
O primeiro pilar exige auto conhecimento.
Precisamos identificar o que excede nos próprios limites, independente da nossa vontade. Para muitos, esses limites podem estar nas horas trabalhadas, nas horas não dormidas ou na quantidade de responsabilidades que assumimos.
Por isso, identificar esses estressores exige um processo de reflexão e administrá-los exige muitas vezes dizer não, negociar e dialogar.
O segundo pilar é o mais difícil.
Aprender a lidar com aquilo que nos deixa estressado não se resume a seguir conselhos. Ressignificar valores, expectativas e exigências individuais muitas vezes exigem auxílio de psicoterapia e/ou outras formas de praticar o autoconhecimento.
Por fim, porém não menos importante, aumentar a resistência a esses agentes estressores significa – dentre outras coisas – manter o nosso organismo saudável e em maiores condições físicas e emocionais para enfrentar os desafios diários.
Para isso, você deve:
- Dormir bem;
- Fazer uma dieta saudável, rica em verduras e legumes, pobre em açúcares e farinhas brancas;
- Realizar atividades físicas regulares;
- Se permitir momentos de prazer, lazer e/ou relaxamento;
- Evitar uso excessivo de estimulantes como o café, cigarro, bebidas alcoólicas e/ou outras drogas.
Se você acha que pode estar sofrendo com estresse crônico não hesite em pedir ajuda, entre em contato.